Meu nome é Johnny

Tia Júlia continua a mesma

– Johnnynho!
– Oi Tia Júlia!
– Querido, vi que você voltou a fazer o blog, fiquei tão feliz!
– Foi, tia Júlia? Que ótimo! O intuito era esse mesmo: fazer pessoas felizes.
– Ah Johnny, você é um fofo… mas, tem uma coisa… eu li que você disse que foi para Índia, Veneza, Disney… que conheceu monges budistas, estudou técnicas de meditação… e sinceramente Johnny, até onde eu sei, você não fez absolutamente nada disso…
– Fiz sim, tia Júlia. No ano de 2011, onde você acha que eu estive durante todas as quartas-feiras a tarde?
– Em todas as quartas-feiras a tarde no ano de 2011 você esteve no petshop, tomando banho, Johnny.
– Hã-hãm. Aí é que você se engana, tia Júlia. Durante o ano de 2011, em todas as quartas-feiras a tarde, eu estive na Índia.
– Johnny! Isso é hu-ma-na-men-te impossível.
– Aí é que está, minha querida. Eu sou um cachorro.

Chimpa – 3

– Tia Júlia…
– Oi Johnny.
– Estou interigado com uma coisa.
– Está o que Johnny?
– Interigado, com o grilo a atrás da orelha.
– Intrigado, com a pulga atrás da orelha.
– Que pulga!! Deus me livre, tia Júlia! Meu Frontline tá em dia!
– Aiii Johnny… desembucha criatura, o que te intriga?
– Qual é mesmo o tipo de carro do tio Daniel?
– Uma pick-up.
– Gente do céu, então danou-se…
– Que foi Johnny?
– Ou aquele macaco come banana verde ou o tio Daniel é DJ da máfia.

Chimpa – 2

– Chimpa? É esse o seu nome?
– Chimpa é meu nome e a música é meu viver, eu sou o Chimpa da alegria, prazer em te conhecer!
– Hein?
– Chimpa é meu nome e a música é meu viver, eu sou…
– Tá, tá! Isso eu entendi macaco… não saquei foi a rima.
– Sou um chimpanzé DJ, sou muito musical, canto e danço o dia inteiro, sou um animal genial.
– Minha nossa…
– O meu forte é a música, ela vem do coração, por isso vou tocar uma canção!
– Não precisa… Chimpa… Se você é todo musicalizado, cadê seu violão?
– Sou um chimpanzé DJ, um animal bem barulhento, pra tocar uso uma pick-up, este é meu instrumento!
– Pick-up?
– Sou um chimpanzé DJ, um animal bem barulhento, pra tocar uso uma…
– Saquei cara. Até mais.

Tentei começar 2011 diferente e fui puxar papo com o macaco. Ele fala rimando......... ok. Cada um com suas manias.

Chimpa

– Johnnynho!
– Sim, mamãe.
– Olha que coisa mais linda que eu ganhei!
– Ahhhhhhh!!!! UM MACACOOOOOO!!
– Sem escândalo, Johnny. Não é macaco, é um chimpanzé.
– Mãe, não me interessa se o nome dele é José, é um macaco! Tira ele daqui!
– Johnny, o Chimpa foi um presente lindo que eu ganhei e a partir de hoje ele vai morar aqui no meu quarto.
– Mas, mas… mas mãe!
– E você trate de receber ele bem. Além de lindo ele é um DJ sustentável que se preocupa com a natureza!
– Era só o que me faltava… um mafioso engajado em causas sociais.

Eu mereço... mais um macaco aqui em casa. Cheirei bem pra ver se ele cheira a confusão...

Minha mãe mi obrigou a tirar essa foto.

Encomenda – 3

– Johnny, precisamos conversar.
– Perfeitamente mamãe.
– Seu avô veio me falar que você doou um presente que ele recebeu, sem nem antes perguntar para ele sobre isto.
– Verdade.
– Isso não é legal Johnny.
– Sabe o que eu não entendo, mãe? Então eu passo a vida inteira escutando que no Natal as pessoas devem ser mais fraternas, devem doar as coisas que não vão usar, devem ter o coração mais aberto. E agora vocês me aparecem com um discurso moralista empregatício de baixo valor vital e pragmático! Assim fica difícil formar o bom caráter do ser vivo. Assim fica difícil.

Encomenda – 2

– Joãozinho…
– Sim vovô….
– Já conversei com sua mãe, sua avó e sua tia e nenhuma delas sabe me responder… um cliente me disse que deixou um presente de natal aqui na portaria, mas parece que ninguém recebeu. Você está sabendo de alguma coisa?
– Presente?…
– Sim.
– De Natal?
– Sim.
– Eram chocolates?
– Nao sei João. Infelizmente não recebi nada.
– Hum…
– Por que João? Você está sabendo de alguma coisa?
– Se for os chocolates que eu estou falando, sim.
– O que tem os chocolates?
– Doei.
– Doou?? Doou para quem João?
– Para qualquer pessoa que queira a doação.
– Que João? A gente não sai por aí doando presente dos outros, entendeu cara?
– Ahh vô, fica tranquilo. Foi uma boa doação! Em troca pedi uma caixa de nuggets. Pode chegar a qualquer momento. A gente racha. De boa. Relax.

Encomenda

– Alô.
– Alô, aqui quem fala é Geison, da portaria.
– Pois não, Gleison.
– É o Sr. Paulo quem está falando?
– Não. É o Sr. Johnny. O que deseja?
– É que chegou uma encomenda aqui pro Sr. Paulo.
– Que tipo de encomenda, Gleison?
– Geison.
– Você é a encomenda?
– Não, não. A encomenda é uma caixa, acho que é alguma coisa de comer.
– UMA CAIXA DE NUGGETS???
– Não sei Sr. Johnny.
– Verifique.
– Não posso abrir a correspondência dos outros, Sr. Johnny. O Sr. poderia buscá-la?
– Não. Não posso pegar o elevador sozinho que minha mãe leva multa.
– …
– Oh Gleison, me faz um favor: chacoalha a caixa. Parece nuggets?
– Olha Sr. Johnny, sinceramente, parece chocolate.
– Chocolate?????
– Sim.
– Doe para alguém então. Ou melhor, doe para alguém e peça em troca uma caixa de nuggets.
– Errr…
– Fique tranquilo Gleison. Não vou contar pra ninguém.

Jack em apuros – 2

– Johnny, eu liguei pra sua mãe pra saber que história era aquela do Jack ter atacado o carteiro e não tem nada daquilo, pra variar, você entendeu errado!
– Ah é, tia Júlia? E o que aconteceu então?
– Ele atacou um ouriço-cacheiro!
– Ahh tia Júlia, grandes diferenças… um entrega carta, o outro entrega caixa… no final, todo mundo trabalha pros Correios.

Jack em apuros

– Bom dia mãe!
– Bom dia Johnnynho.
– Mãe, você quer brincar de…
– Agora não filho. Vou ter que ir lá no sitio com seu pai. O James ligou, parece que o Jack atacou outro ouriço-cacheiro… estou saindo, depois nos falamos.

.
.
.
.
.
.

– Bom dia tia Juquinha!!
– Bom dia Joca.
– Novidades?
– Não Johnny… acabei de acordar, nem tem como ter novidades meu querido.
– Pois eu acabei de acordar e tenho novidades…
– O que?
– Meu irmão… o Jack.
– O que tem o Jackinho?
– Atacou o Oriço.
– Oriço? Quem é esse?
– O carteiro.

Delivery

– Bom dia Johnny.
– Bom dia tia Júlia… não vai na aula não?
– Não… hoje não tinha nada importante e amanhã tenho uma prova muito difícil, vou ficar aqui estudando…
– Hum, entendi…
– Johnny… quer ganhar uma graninha?
– SEMPRE!
– Vai lá em baixo no P e busca um livro que uma colega deixou na portaria pra mim? Te pago dez reais.
 – Este serviço custa 62 reais, tia Júlia.
– Sessenta – e – dois – reais?? Pirou cachorro?
– Não. É esse preço mesmo… são dez reais pelo serviço, mais 42 pra cobrir a multa que a mamãe vai levar por eu andar sozinho no elevador.
– Johnny, mesmo com esta multa, 10 + 42 dão 52 reais seu espertinho.
– Ah, mas tem mais dez reais de taxa de conveniência, né minha querida!